Eliete Souza

O inexplicável

 

Olhos que se reconhecem sem nunca terem se visto.
Uma curiosidade invade o olhar, entre perguntas e pensamentos:
por que sua imagem me é tão familiar?
Por que encontro abrigo na forma como você se porta?

Cada instante em que os olhares se cruzam,
o tempo corre — e, ainda assim, parece suspenso.
O que é familiar insiste em buscar o que é lógico e palpável,
mas acaba por ultrapassar os limites do compreensível,
iluminando, no silêncio do encontro,
o brilho do inexplicável.

                              Eliete Souza