Te vi, anjo.
Te encontrei ferido num mundo cruel.
Te acolhi em sublime abraço.
Tão bondosa e inocente...
Anjinho triste, a chorar.
A procura de amor, procurou minha mão.
Eu segurei, te guardei, meu anjo da guarda...
Consertei suas asas quebradas.
Seu rosto pálido como o luar, com expressão indecifrável,
Seus grandes olhos angelicais e sua força descomunal...
Te amei, te cuidei...
Te abençoei com rosas brancas e cheiro de mel.
Te ofertei força, apoio, amizade fiel.
Por quê, anjo?
Não poderia imaginar
Em sonhos ou pensamentos
Que o anjo caído em minha vida,
Não era bom.
Tu és a criatura mais rude
Que já cruzara meu caminho.
Me matou a alma, em plena vida,
Deixou meu coração sangrar ao relento.
Só depois, pude entender
Que o anjo caído, na realidade
Se tornara um demônio
E traiu a quem lhe criou,
Como poderia ser diferente comigo?
Vênus. 21, setembro, 2025.