Dizem que ser sensível demais,
é algo ruim, algo péssimo.
\"Por que você leva tudo,
tão a sério?\"
\"Por que você se emociona
tanto?\"
Tantas perguntas,
tantos questionamento.
Meu coração não aguenta.
Ele é simples,
vive para viver com pouco,
para sofrer com pouco,
e para amar com muito.
Eu sou um apaixonado
de plantão.
Eu sou um sapatão,
que adora a sua caixa.
A vida social me drena,
a vida real me drena,
viver me drena.
Eu sou sensível,
ou o mundo que é
barulhento demais
para mim?
Eu sinto, sinto, sinto.
Sinto o que os outros
não sentem.
E dessinto, o que todos
sentem.
A solidão, a pobreza, a loucura.
Todas estão acompanhadas,
todas me amam,
todas,
eruditas, benditas, arrumaditas,
estão me acompanhando,
me cercando, me borbulhando.
O que é viver sendo sensível,
eu penso, sinto, amo,
mas não posso,
despensar, dessentir, desamar,
é impossível,
para um apaixonado que nem eu.
A música, a arte, a beleza,
A fofura, o espírito, o vento.
Todas aquecem meu ser,
O caos, o atrito, a destreza.
A fúria, a tristeza, a riva.
Todos borbulham o meu ser.
A razão de ser triste,
não é por dissociação,
não é por loucura nata,
não é por realeza,
é por sentir demais.