Assim me acostumei ao amor.
Repeti — jurei, jurei tantas vezes —
que não amaria mais, que não voltaria a confiar,
que não entregaria novamente minha confiança.
Clamei aos céus que me poupassem de sentir,
implorei que me defendessem do próprio coração.
Mas esqueci aquele sorriso tímido quando me convidaste para um encontro,
e, fiel à minha jura, disse muitos “não”.
Como um atrito, como uma atração magnética,
fui em tua direção.
Hoje me chamas de “meu amor”
e eu, esquecida, não encontro a palavra “não”.
— Fany Ferreira