Ricardo Oliveira

SOB TUA PELE

Sinto o sangue queimar dentro de mim,

E entro numa colisão com as noites vagas!

Depois é o silêncio absoluto que ouço,

E vejo-te na mente, tão plácida.

 

É minha alma chamando-te,

Querendo mudar o meu destino.

Mas reluto, por vez, não entrego-me,

No entanto, teu sorriso é a lua brilhando,

E meu medo, então vem, e verdadeiramente  me puni.

 

Tua fala, surge perpétua em meus sonhos,

Despertando algo que não evito.

Meteoricamente, cada vibração,

É tão convidativo, e perco facilmente, minha intuição.

 

Olhe em meu olhos como eu nos seus!

Diga-me se foste cultivada em terras santas?!

Porque não descubro tuas reais origens,

Mas é melhor assim, do que romper-te o véu.

 

Deixe-me ver-te sob tua pele,

E encharcar-me no que faz-te luz.

Para encarcerado, ficar-me destinado,

A renascer pelo tecido oculto de seus lábios,

Enquanto demonstras o que é-lhe inexplicável.

 

O anagrama que forma outra palavras,

E coloca-me a enxergar-te num breve momento.

Este, que é a ternura de admira-te á minha porta,

Linda, linda, como outras épocas que devora-me.

 

A força e o prazer de ser sua substância,

Para que no fim, possa-me até merecer-te e,

 Não sendo suficiente escrever-te assim,

Vou passando a ansiar por mais algum tempo contigo.

Pois de senhorita te fizeste tão plena de mulher,

A qual, de suas madeixas, vou-me sendo, bem mais que qualquer um.

 

Poema n.3.246/ n.117 de 2025.