Numa noite que nunca acabou
De alguma forma eu ainda consigo ver
E quando olhei para trás senti vontade de vomitar
Não vou poder recuperar tudo o que perdi
Alma diluída, aos poucos vai se esvaindo
Minha cama virou meu caixão numa noite agoniante
O crucifixo no pescoço cheio de lágrimas
O gosto de um delírio é ainda pior do que pensei
Ficando magro no meio do frio da madrugada
Controlando todos os gritos internos
As coisas estão saindo dos trilhos, a decepção é ainda pior que a dor
Minha lápide pode virar qualquer lugar no meu pesadelo
Fazendo tudo certo para dar tudo errado
E quando eu precisei de alguém, estive sozinho
Escorrendo pelos seus olhos toda a areia do tempo
A cada noite, a cada agonia, uma cicatriz diferente
Se eu mostrasse tantas coisas que escrevo, poderiam entender se quisessem
Mas, tudo o que perdi não vai voltar
A cada noite é um pesadelo diferente...