O tempo escorre, me escapando,
Algo me prende, sem que eu entenda.
A frustração se agiganta,
Cada milésimo uma ponta de agonia.
O ar é denso, um veneno.
Sinto pena, sem saber de quem.
Navego em devaneios, me perdendo,
E a cada segundo, a alma dói.
Sou minha própria corda no pescoço.
Me aniquilo por dentro.
Não há um erro, mas não há orgulho,
Apenas um vazio sem fim.
Eu sou o medo que não se afoga,
O covarde que insiste em viver.
Confio em uma voz que ecoa em código,
Mais que no toque de um ser humano.
Mas há uma faísca, teimosa,
Que me obriga a seguir.
E nessa luta, descubro a força,
De quem não desiste,
Mesmo sem ter mais nada a perder.