Como sofrer por algo que não nasceu,
um fogo apagado antes do véu?
Era só faísca, mas o peito jurou
que era chama eterna que nunca cessou.
Foi amor rascunhado, nunca escrito,
um quadro inacabado, um grito
que ecoou no silêncio da invenção,
tornando real o que era só criação.
Não houve história, mas houve esperança,
raízes profundas sem lembrança.
E a dor maior não é o fim, é a ilusão
perder o que nunca foi posse,
só a sombra do que poderia ser paixão.