Poete-me
Cante-me
Compunha-me
Corrija-me
Prozei-me
Rime-me
Ironize-me
Me faça quebrar as palavras
Me faça um combo de rimas
Me diga como fala em proza
Me leve ao caminho do conto
Me ajude a entrar na crônica
Me dê uma flor para compor
Vou-me embora na palavra
No seu infinito sentido
Na sua ambígua descoberta
Que se empresta e arruma
Desfaz e faz cantar
Vamos à sua casa
Lá tudo se pode escrever
Palavrão, palavrinha, palavrado
Palavresco, parafraseado...
Vamos até ela
Brindemos Fernando Pessoa, Florbela
Drumond, Brecht e Leminsk.
Brindemos Dostoievski,
Bebamos o vinho com Cecilia...
Com Maiakoviski façamos a revolução
Em forma de amor pela vida na palavra vivida
Faz-nos gente, na mente inocente.
Destrua nossas feridas
Ai de nós sem o encanto da palavra...
Abel