Hoje o dia está nublado
Por fora e dentro de mim.
Tristezas do final de semana se acumulam
Há um rio dentro do meu peito
Com muitas pedras e mato.
Mas descobri algo de mim.
Algo primeiro.
É o medo de ser cuidado.
É devastador desafiar a lei primária dos animais
Todos são cuidados lá fora.
Mas tenho medo,
Do abandono surge uma fúria quando sou cuidado
Dói ouvir o som do mundo cair
Mas Dói muito mais a doçura do beijo e do abraço.
Cravo essa dor na figura de meu pai
Que nunca desaparece
Me norteia sempre nas dores e bloqueios
É minha sombra
Mas este corpo está prestes a morrer
Para ser criado um novo.