Já não pranteio mais pelos cantos escuros
No meu ser não existem mais nascentes
Guardo no fundo dos meus olhos algo que enclausuro
Perante a vontade da razão sou impotente.
Doces labios da sabedoria mudos
Sei dos desejos camuflados em uma ética ilusória
Nos limites do EU estaciono e observo
Mentirosos que falam da verdade
Puramente o ódio citando a bondade.
Eu que era feliz na ilusão de ter
Mesmo sabendo que o ter era mentira bem contada
Cai agora sobre a terra da decepção
Teu vestido esfarrapado revelando tua intenção.
Arthur de Mello Noos