Ricardo Oliveira

AMOR DELIBERO

Ah, como gentilmente eu queria estar,

Agora e sempre como seu arcanjo protetor!

E em seus braços, sem pressa alguma,

De partir para ir a lugares que não desejo,

Somente para poder ficar a contemplar-te,

E em pequenas dosagens, o adormecer da noite sua,

Ouvir-te minha alma gritando desesperadamente,

A ti, quando ao despertares ao raiar do dia,

Tenha a certeza de que nada fora apenas sonho.

 

Com amor delibero, que já não sou o mesmo,

Quando de fato, ecoas-te em mim como ventania,

Que não cessa, nem no meu refúgio mais santo.

Pois tudo é um labirinto de delírios e um sol da meia-noite,

Onde o eu lírico oblíquo, quando o enigmático olhar que tens,

Disparou na minha direção, a luz do amanhecer que quero.

 

Como seria inexplicável ser eternizado,

Na paixão e ternura de si mesma,

No qual, o meu corpo encontra o seu corpo,

E em cada beijo eu tenha meu renascimento.

 

Sim, sou estilhaços imprecisos,

Dado a ausência que deixas,

Quando dou-te meu coração,

Totalmente vulnerável de anseio.

 

Enquanto ser ainda mortal,

Preciso fazer-te de imortal,

Nos poemas, nas cartas e nos vinhos,

Para misturar-me aos seus segredos.

 

Se ainda for tempo e tudo isso,

For aplicável demais por destino,

Confesso minha vontade insana,

Ao revelar-te as marcas de meu pecado,

Mesmo em espírito, mesmo encarnado,

Na imperfeição que não seria a sua, fiz-me ser.

 

Poema n.3.243/ n.114 de 2025.