Já não temo a solidão,
chegou a tão idade e a tão esperada compreensão,
e que nunca iria imaginar, que a mais bela canção
veio da minha mão.
Nesta longa caminhada,
às vezes foi penosa estrada,
encontrei uma risonha morada
dentro da minha jornada.
Eu me dei as mãos,
curando todos os danos.
Nos meus próprios enganos,
busquei meus anos.
Abracei a minha menina,
a que carregava uma dor fina.
A quebra da disciplina
foi a minha doutrina.
Fiz uma conexão,
virou minha missão
trazer à tona a expressão
sem nenhuma condição.
Não deixei ela mais escondida,
na escuridão, da vida.
Agora, renovada, guarida,
ela se sente acolhida e querida.
E daqui para a frente,
com amor permanente,
seguirei firmemente,
serena e ainda corajosamente.
Darei as mãos, com cuidado,
a cada eu do passado.
Por um futuro afinado,
por meu ser, tão amado.