Anna Gonçalves

Companhia

Já não temo a solidão,

chegou a compreensão,

a mais bela canção

veio da minha mão.

 

Nesta longa caminhada,

às vezes penosa estrada,

encontrei uma risonha morada

dentro da minha jornada.

 

Eu me dei as mãos,

curando todos os danos.

nos meus próprios enganos,

busquei meus anos.

 

Abracei a minha menina,

a que carregava dor fina.

A quebra da disciplina

foi a minha doutrina.

 

Fiz uma conexão,

virou minha missão

trazer à tona a expressão

sem nenhuma condição.

 

Não deixei ela escondida,

na escuridão, da vida.

Agora, renovada, guarida,

ela se sente acolhida e querida.

 

E daqui para a frente,

com amor permanente,

seguirei firmemente,

serena e ainda corajosamente.

 

Darei as mãos, com cuidado,

a cada eu do passado.

Por um futuro afinado,

por meu ser, tão amado.