Eliane Sobrinho

Um vazio que o tempo não preenche

O tempo passa,
mas em mim nada se recompõe.
Não é tristeza,
não é dor,
é apenas o eco de um vazio
onde algo precioso já esteve.

Por mais que eu tente seguir,
cicatrizar o que nunca fechou,
um dia qualquer
a memória retorna —
como se nada tivesse sido curado,
como se eu ainda fosse
a mesma parte quebrada de antes.