Eu grito, mas o eco não responde,
procuro tua sombra nas paredes frias,
e o tempo — cruel — insiste em dizer
que não há volta, não há mais dia.
Não aceito teu adeus, não posso,
meus dedos ainda te buscam no vazio,
meu peito é uma casa em ruínas,
onde o vento passa, mas não traz alívio.
Se a morte me roubou tua voz,
eu nego, eu rasgo, eu sangro em vão,
pois teu nome ainda pulsa em mim
como ferida aberta, sem perdão.
Não é luto — é revolta, é desespero,
é viver morrendo a cada instante,
querendo arrancar do tempo ingrato
o que levou de mim... para sempre.
-- LannyKsan