Divaldo Ferreira Souto Filho

Descrente da história livresca

A história toda é uma farsa

Passada pelo vírus da acomodação

Múmia – pura verdade rara

Neste mundo sem reflexão

 

Imóvel, prêmio nobel de arte

Humana, paralisia da mente sã

Somos mumificados numa parte

Que passa crente à história vã

 

Os livros descrevem-na

Entre rabiscos e rasuras

Lecionam a quem ensina

Suas sombras são escuras

 

Da verdade só se respira a essência

Quando o cordão umbilical da mente

Contra crenças, luta à independência

Ganhando asas a liberdade ardente

 

Livro, importância da mente até o selo do pé

Não emende o vermelho das letras

Não barbeie heróis, pois, destes até o pelo é

E heróis, na maioria, são páginas extras

 

Heroína, ao certo, é a reflexão que lança saltos

Tem seus obstáculos no deserto de arquivos

E, com astúcia da dúvida, vão mais altos

Da miragem de letras livrescas, os seus voos