Yves de Sá

O canto do beija-flor

Fica estranho falar da dor,

ela muda de forma a cada dia,

como o canto breve do beija-flor

que logo some em asas partidas.

 

Pragmático, me perco na solidão,

tentando ser forte no meio da luta;

estranho pensar que não é de amor

os versos que ardem na noite escura.

 

E então, as responsabilidades chegam,

como o tempo que sempre exige passagem —

ele insiste em correr, sem pausa,

e nunca deixa a saudade para trás.