Eu tento sorrir, mas o peito é prisão,
Cada gesto meu é falha, cada passo, confusão.
Queria ser inteiro, forte, o abrigo certo,
Mas sou só sombra, e isso dói no peito aberto.
Te vejo brilhar, e eu tropeço no chão,
Quero te proteger, mas sou só desilusão.
Cada abraço meu carrega medo e quebranto,
E eu sei que te machuco mesmo sem querer tanto.
Prometi mundos, ofereci pedaços,
E você merece o céu, não meus fracassos.
Cada palavra minha soa pesada, cruel.
Tento ser luz, mas tudo que faço é escuro,
Sou o erro, a falha, o destino mais duro.
Vejo você sonhar, e eu só consigo temer,
Que minhas mãos estraguem o que você quer ter.
Você merece paz, e eu só trago tormento,
Um coração humano, mas sempre em desalento.
Às vezes penso que te perdi antes de te ter,
Que cada ação minha pode te ferir sem perceber.
E mesmo tentando ser tudo que você precisa,
Minha imperfeição grita, minha culpa avisa.
Não sei se um dia você vai entender,
Que eu quis ser porto, mas só sei perder.
Que meu amor é sincero, mas sempre insuficiente,
Um coração humano, falho, transparente.
E quando olhar pra mim, ver meu escuro e meu pranto,
Lembre-se do que é real, do que é tanto:
Não é sua culpa…
Eu estrago tudo.