Antonio Olivio

O Deus de mim

 

 

Sou o milagre
Do nascimento 
Na barriga Da vida
Vim de  lugar distante
De uma estrela brilhante
Estou eternamente
Crescendo
Sou o Deus de mim
Meu corpo é templo
É um mundo inteiro 
Acontecendo  de dentro 
Carne, veias e cérebro 
Cada coisa em seu lugar
Aprendendo uma função 

Minha igreja ora em silêncio 
A me pedir proteção 
Meu sangue , minha pele
Meus braços e pernas
Meus órgãos internos
Coração e pulmão 
Pulsam em oração 

Eu os sinto, existindo
Ouço suas súplicas 
Sou a plenitude deles
Eles estão em mim
E quando ando 
Ando por meu deles
Quando falo 
Falo por meio deles
Quando choro 
 Choro  por meio deles
Quando sorrio 
Sorrio por meio deles

Estou em meu corpo
Em comunhão 
Todo o tempo
E cuido para que ele
Esteja sempre disposto
O alimento e lhe dou Alívio 
É meu dever servi-lo
A cada instante 
Estou nele e ele está em mim
Somos um em um trilhão 
Quando durmo ele me guarda
Da peste perniciosa 
Eu o salvo e ele me salva


Saio com ele pelo mundo
A lhe ensinar sobre tudo
Flores, águas, montes , bosques
Deuses outros
Que convivem conosco
Apresento-lhe 
Deuses humanos 
Peço licença para tocar 
Em suas mãos 
Ou para mergulhar em seus corpos também 
Que graça boa 
Poder entregar o meu reino
A outro reino terreno
Para juntos sermos 
Deuses distintos 
Em reinos de Iguais


As vezes me desespero
Tanta responsabilidade 
Ter um mundo meu 
Para cuidar 
Passo a mão na minha pele
A abençoar meus filhinhos
Imagino cantigas de amor
Para embalar os seu sonhos
E digo que estarei sempre aqui
E meu corpo agradece feliz
Me oferecendo de volta
A vida que dou a ele.
E tudo fica em paz
Aí,rezo junto com ele
Para outro Deus
Que deve estar
Dentro de nós 

 

 

Antonio Olívio