No começo, era leve, sem nome ou razão, Um encontro de olhares, uma calma no coração.
O tempo passou e algo começou a nascer, Um sentimento secreto, difícil de conter.
Nos gestos pequenos, nas palavras ao vento, Senti crescer um estranho encantamento.
É calor que acende sem pedir permissão, Um fio invisível que segura a mão do coração.
Não sei se é amor, desejo ou pura afeição, Só sei que habita quieto, em cada pulsação.
E mesmo em silêncio, ele cresce sem medo, Como chama que arde, discreta, por segredo.
Há momentos em que penso, sem ousar falar, Se mostrar o que sinto, tudo vai mudar.
Mas mesmo assim, o peito insiste em guardar, Essa presença que ensina a alma a sonhar.
Se a vida permitir que o futuro se revele, Talvez o que sinto finalmente se celebre.
Mas se nunca houver palavras, ou ação, ou razão, Já basta saber que existe essa conexão.
E assim continuo, entre o que é e o que quer ser, Segurando no peito um sentir sem nome, sem poder perder.
Um segredo que cresce, quieto, sem pressão, Um sentimento puro, sem rótulo ou definição.