andressaferreira

Entre a chuva e o sol

 

A chuva lava a estrada

E leva consigo

Todas as dores do mundo.

Rega o jardim do ser,

faz nascer

poças d’água

a molhar pés pequenos de felicidade eternas

A reluzir

nos dias ensolarados.

 

Até no morrer do sol

a luz renasce

em algum lugar,

cheia de esperança,

em um eu melhor,

em um objetivo maior.

 

O poço é fundo,

mas os braços são longos

a agarrar tudo aquilo

que sempre foi meu,

mas que dormia,

escondido

nos recônditos do medo.

 

Minha consciência é leve,

por vezes pesarosa;

mas não posso mudar

o que não nasceu para mudar.

 

Sei que estás num bom lugar.

Eu sigo aqui,

a trilhar o caminho

que me ensinaste a andar.

 

A chuva cai mais forte agora,

inunda também o meu olhar.

E nesta imensidão de campos floridos

ainda te sinto —

cheiro de jasmim no ar