A chuva lava a estrada
E leva consigo
Todas as dores do mundo.
Rega o jardim do ser,
faz nascer
poças d’água
a molhar pés pequenos de felicidade eternas
A reluzir
nos dias ensolarados.
Até no morrer do sol
a luz renasce
em algum lugar,
cheia de esperança,
em um eu melhor,
em um objetivo maior.
O poço é fundo,
mas os braços são longos
a agarrar tudo aquilo
que sempre foi meu,
mas que dormia,
escondido
nos recônditos do medo.
Minha consciência é leve,
por vezes pesarosa;
mas não posso mudar
o que não nasceu para mudar.
Sei que estás num bom lugar.
Eu sigo aqui,
a trilhar o caminho
que me ensinaste a andar.
A chuva cai mais forte agora,
inunda também o meu olhar.
E nesta imensidão de campos floridos
ainda te sinto —
cheiro de jasmim no ar