O quarto é um pulmão de vidro estourado,
paredes latejam num pulso isolado.
Eu respiro concreto, engulo o pesado,
afundo sem água num mar asfaltado.
O chão se torce, um tecido suspenso,
o ar tem sabor de metal denso.
Eu caminho num corredor imenso,
o eco devolve um grito sem senso.
E então, no limite, sem luz, sem barulho,
o teto desaba num manto de entulho.
Eu não grito,
afogo-me em seco...