Se um dia o vento levar meu nome,
E as flores mucharem no teu jardim,
Que a luz do sol não te lembre do meu perfil,
Nem a lua repita o que tem o meu nome.
Deixa que o tempo apague o que consome,
Como a onde que se some, no mar imenso e sem fim,
E o eco da minha voz, que anda sem rumo e sem fim,
Que essa voz se perca, nas sombras do teu assombramento.
Não guarde para si, meu sorriso e nem mesmo meu lamento,
Nem traces no ar o meu vão vestígio,
Que a brisa dessolva meu doce tormento.
E quando a saudade tentar vim ao teu abrigo,
Peça para que o vento levar, e diga a ele num simples lamento
Esqueça-me, amor, eu já fui teu perigo por muito tempo!