Marcelo Veloso

A HISTÓRIA NÃO TEM MEDIDA

Quando a verdade falar mais alto

vai acabar esse faz de conta

aí tudo poderá estar perdido

e ninguém vai querer assumir essa afronta.

 

E as bocas que hoje esbravejam

numa hipnótica fala ignóbil e arrogante

se consumirá no sujo calabouço

pela mais facínora ação ardilosa e arrepiante.

 

E a marca consumada pelo vergão da chibata

será o maior registro do debulhar social

em que se escreverá tão sevo e amorfo

o mais pérfido ato de uma súcia viral.

 

E se a pujança da resistência parece sinóptica

pelos diminutos pensamentos envolventes

que fique fincado nos olhos lacrimejantes

a certeza de um visualizar bem mais resistente.

 

A futuridade não antecipa recado

e muito menos condiciona sua condensada sina

sabendo que a história não tem medida

para ser juntada ou contada por aves de rapina.