Yves de Sá

Gigante de papel

Pensei que era um gigante,
mas descobri minha fraqueza.
Sou falho, sou falta, sou quase nada,
um homem de pouca fé.

Carrego em mim o anti-herói,
o vilão da própria história.
Ainda assim sigo em frente,
com o medo batendo à porta
e os gritos do fracasso
sussurrando no ouvido.

Mas quando penso em desistir,
escuto tua voz me chamando de louco.
Foi ao teu lado,
tu, tão menor que eu,
que pela primeira vez me senti pequeno.

E nessa pequenez,
aprendi a crescer —
a ser melhor
a cada dia.