Trago em mim o peso da terra
onde dormem os ossos dos meus mortos
e a semente do que amanhã será pão
Sou raiz que não foge da pedra
carregando na seiva sangue e sonhos
a alimentar este tronco cansado e fecundo
até hoje ainda fincado neste chão
Se for me dado o sono
que nele sonhe a criança
a florescer na raiz dos outros
num amanhã em que não estarei mais não