No corredor, um nome antigo
foi sussurrado por outra voz.
Não era escolha,
era ordem,
era a vida cutucando uma cicatriz.
Meus passos foram pedras,
minhas palavras, lâminas frias.
Falei e fugi,
como quem não quer deixar o passado respirar.
À noite,
o espelho me devolveu um segredo
meu próprio olhar, rompendo,
escorrendo pelas mãos,
como se a dor quisesse ser vista.
Guardei a pupila,
o mundo em miniatura,
com medo de perdê-la inteira.
Sangrei no silêncio dos corredores da mente,
gritei por um abrigo
que não respondeu.
Acordei
com a mão fechada sobre o nada,
o coração ainda correndo
de um inimigo invisível.
Não era amor,
não era ódio
era só o corpo dizendo
que ainda lembra.