Gustavo Cunha

Inquietude

Quando mais jovem era,
Não possuía sonhos.
Agora, na aurora do meu tempo,
Eles pululam —
labaredas que queimam
No coração do mundo,
Invocando incertezas.
Mão inquieta,
Buscando tocar o céu azul,
Sou apenas anseio.
Mas, para quê tanto exaspero,
Se de sonhos só não vives?
Pois dorme…
Dorme…
Dorme…
Enquanto o destino fugidio se esvai, etéreo,
No ventre frio do tempo.