Aqui declaro meu ódio ao linear, ao quadrado, à linha, ao vidro, ao poste, à parede branca, vazia e insuportavelmente limpa—nem deveria ser considerada limpa porque para estar limpa primeiro deveria ter sido suja um dia; e a sujeira nem gasta seu tempo fixando-se a algo tão sem cor, sem limo e sem sabor quanto ela — às linhas retas, à sequência perfeita, meu ódio à reta de uma inequação, que escolhe ser uma linha que demarca o limite entre os valores que satisfazem ou não a inequação, ao invés de habitar na flexibilidade, naturalidade, força, coragem e destreza da onda sonora que conecta o início, continuidade e possível fim o intervalo da inequação.
Como podem pegar algo tão incrível quanto a areia e seus grãos e transformar em algo tão insosso como um vidro?
Nunca possuo algo reto o suficiente para se fazer uma reta, nem a régua me apetece para a tarefa de executar uma exímia reta.
E BJB.