Sempre achei que para ver o escuro
deveria pintar meus olhos de penumbra.
E assim fiz.
Espalhei meu cérebro na caligem;
Melhor! transformei-o em caligem.
Fiz o Sol se pôr.
Não porque ele havia de ser,
mas porque eu o sublimei no horizonte.
Eu não poderia estar mais certo.
Vi a escuridão tão bem quanto via minhas mãos.
Via cada ponto, cada detalhe do vazio.
Até que tentei distingui-los,
e vi como sou tolo; como sou cego.
Afinal, não há distinção, são todos iguais.
Sem o Sol
o Mundo vira uma tela plana,
incluindo você.