Toda vez que fecho os olhos, este nome ecoa em minha mente e só consigo ver aqueles olhos de raposa, aquele sorriso de hiena, aqueles cabelos desgrenhados que mais pareciam os espinhos de um ouriço, maldita Linda!.
Ah! como eu a odiei, ah! como desejei que ela sumisse, desaparecesse, morresse!, seu nome era como um eterno maldizer em meus ouvidos.
Linda, ah! Linda, esquisita, excêntrica, maluca, mal-educada e desrespeitosa, era filha de um honroso duque, mas portava-se como uma megera impetulante e atrevida, tinha um riso maquiavélico de moleca, não importava-se com nada e se achava dona de seu próprio nariz.
Era a sexta filha e única mulher entre cinco irmãos, talvez por isso fosse tão arrogante e mimada, cresceu sem a mãe que morreu em seu parto, foi criada pelo pai e irmãos mais velhos, teve inúmeras damas de companhia pois era impossível suportar e cuidar da tão insuportável e desaforada Linda!.
A conheci quando ela tinha sete anos e eu nove, fui obrigado a conviver com aquela horrenda moça, meu pai era o leal conselheiro do duque e nos mudamos para seu castelo, eu a odiei no primeiro instante em que ouvi sua escandalosa voz, aquela remelenta me pôs o apelido de zambeta que me persegue até hoje.
Crescemos juntos, e quando Linda completou seus doze anos, apareceu uma dama de companhia, que finalmente a conquistou,está dama era Alícia, Alícia era o contrário de Linda em tudo, mas era muito paciente e calma, talvez por isso as duas se deram bem, enquanto crescia, Linda se tornava a versão feminina de seus irmãos, ela falava como um homem, fazia e ria de piadas inapropriadas para a suposta dama que era, estava se tornando uma sem-vergonha, comparável a uma cigana, quase sempre ficava de castigo e apanhava, pelo seu comportamento promíscuo, mas a peia de nada servia, pois olhava fundo nos olhos do pai ou do irmão mais velho, enchia os pulmões e dizia em alto e bom som.
- Me bateis como uma donzela!
E em seguida soltava uma risada tão desaforada que de vergonha e raiva fizeram seus responsáveis desistirem de tentar lhe educar.
Linda se divertia com sua falta de respeito, palavra essa que virou piada em sua boca, sim, Linda conseguiu fazer com que a palavra respeito se tornasse um escárnio, quando Alícia pedia para ela ter mais respeito, está olhava para ela com aqueles olhos, ah! Aquele olhar lascivo, colocava as mãos nos seios e dizia.
- Não necessito mais, já tenho em farta medida!
Coitada de Alícia ficava vermelha como um camarão, e Linda debochava em um escandaloso riso, da reação da tão inocente Alícia.
Essa era a depravada Linda, a qual eu continha um ódio colossal por sua pessoa, o problema de Linda, era que ela se aproximava de seus vinte anos, e continuava com este comportamento imaturo, nenhum homem queria casar com ela e ela também não aceitava nenhuma proposta! Ora mais, esta gostava de dançar, cantar, nadar, e caçar!,imagine só, uma mulher de calças, caçando em meio a vários senhores, era um verdadeiro escândalo! Mas ela gozava de tal espanto. Mas então, o luto se abateu sobre nós, a maldita Linda morreu, e logo eu que sempre a odiei,fui inundado por uma eterna saudade e tristeza.
Oh Linda! Naquele momento meu mundo se desfez a morte levou a maldita, mas porque tão cedo? Esperasse mais alguns anos, assim eu teria percebido que meu ódio era na verdade amor.
Oh linda! Por que ela deixou a morte a levar para longe de mim!? Logo ela que dizia que a morte a odiava tanto que não a queria por perto!, se ela tivesse sido mais amável com a senhora morte, talvez ela tivesse-a deixado viver mais!.
Oh Linda!, se ela soubesse, que toda as vezes que ela se aproximava de mim com aquele olhos pervertidos, ficando perto suficiente dos meus cílios, eu queria receber um beijo, não um tapa na testa.
Oh Linda! Como eu queria ter gritado eu te amo para você ao invés de
\"eu te odeio!\"
Maldita seja a cólera que te levou para longe de mim, amaldiçoado sejam os médicos que não conseguiram te curar, e maldita seja tu entre todas as mulheres, porque não reconheceu a tempo,o meu amor por ti.