erhi Araujo

HUMANIDADES

 

Já fui pecado

Já, operador

Já fui sonhado

fui sonhador

Já fui escravo

Já, estivador

Já fui soldado

E soldador

Já fui penhorado

Já fui senhor

Já fui agora

fui... quarador

Já fui  dado

Já, doador

Já fui aluno

Já fui contato

Fui contador

Já fui professor

Jazz me fez honrado

Já, acolhedor...

os mesmos, quem não sabe

Diz fazer milagres

 

- só que não!

E hoje quem sou,  então?

Uma poeira noutro verso

O grão de areia sem deserto

Um ser sereno na imensidão...

Escolho e lustro o bem amado

Onde plantei toda amizade

Para acolher o teu sertão!

 

Já fiz a luz

E a ilusão

Já fui amado

E uma dor

Hoje, deste passado

Triste amolador...

Já fui esperado

Já, desesperador

Já fui a terra

Dei-me a serra

Na indigência, púrpura dor

Já fui a teima, até problema

Pisei na chama

aquela que te inflama

 comum a negros acorrentados

Já fui índio, o que jamais te queimou!

 

HUMANIDADES

                erhi Araujo