O passado chega sem aviso,
como um vento frio
que atravessa o quarto sem pedir licença.
Sento-me diante das memórias
e cada sorriso antigo se quebra
em lâminas de vidro
que cortam por dentro.
Tento fechar os olhos,
mas ele dança na minha mente,
repetindo cenas que já se foram,
como fotos molhadas
que escorrem pelos dedos.
E eu fico aqui,
respirando sombras,
afogado, no eco, do que não volta.