Fabricio Zigante

JOVEM POETA

Um poeta em sua juventude
Tomando as cordas do alaúde
Seus versos vai logo compor,
Cantando todo o imenso amor
Que há dentro de seu coração
Para ter uma sincera atenção,
Da sua pretendida alma ditosa,
Ninfa dos seus sonhos, amorosa.



Um poeta em sua juventude
Tem ânsias de favorável atitude
Para conquistar a alma bela,
De sua pretendida donzela
Que por ele é tão amada
E cuja imagem é idolatrada
Em suaves versos de trovador
Revelando-lhe todo seu amor.



Um poeta em sua juventude
Quer um amor com plenitude,
Do róseo corpo a visão ardente,
De sua musa de olhar atraente
Por ele amada, ao leito despida,
Das juras de amor por toda vida,
Que lhe deixou só saudade,
E feriu sua querida mocidade.



Um poeta em sua juventude
Tem desejos de poética virtude,
Amores tantos sem residência
Uma virgem com sua inocência
Aos seus braços desabrochando
Nas virações noturnas, amando
Tão intensamente em seu leito
Palpitando amor em seu peito.



Um poeta em sua juventude
Com doces suspiros se ilude
No aconchego de um calor
Que nem sempre é de amor
Senão passageira aventura,
Que logo vai à sepultura,
Restando só os desenganos
Que fizeram o passar dos anos!