Todos os dias vendo o reflexo, todos os dias com o espelho
Fazendo o raio-x, de antes, do depois, do agora
Tudo vai se deteriorando, ficando pálido e pastoso
E no fim da noite, eu me pergunto como tudo ficou tão amargo
Uma mensagem, uma palavra, algo de pouca importância
Se tornou uma atitude, uma bola de neve, algo muito maior
Talvez, seja minha culpa de acontecer sua dor
Talvez, eu poderia saber que você tinha uma ferida tão aberta
Só que agora, eu não consigo mais te escutar
Estou correndo, para não perder mais tempo
Consigo sentir a minhas ações se esvaindo como areia
Não se preocupe, se meu sangue cair, eu remendo, se a chuva vir, eu seco tudo novamente
Não lembro de ter sentido algo doce
Faço pequenos gestos, tentando amenizar tantos defeitos
Às vezes alegria, às vezes um vazio
Vou carregando minha cruz, é o que me resta
E olho para as estrelas, enquanto escondo minhas marcas
Não precisam ver algo tão feio, tão desumano
Estou acostumado com o gosto amargo...