Francisco Claudio da Costa (Claudio Gia)

Poema: Braço de Mar, Sal e Fé

Braços de Mar, Sal e Fé

Cláudio Gia Macau,RN, 30 de agosto de 2025

Nos séculos de exploração (XVI, XVII, XVIII), Onde o rio e o mar se alongam em braços, Chegaram as naus com sua tenaz investida, Moldando com suor estas terras e espaços.

De José de Alencar, a coragem primeira, Entre braços de mar,na curva do rio, Onde as águas doces beijam a maré cheia, Fincou seu domínio,seu fado, seu brio.

A Família Câmara, no ofício do sal, Nos esteiros rasos,onde o oceano entra, Cristalizou riqueza no bruto trabalho, Sob o sol que incendeia a planície adentra.

E na ilha de Manuel Gonçalves, a saga, Entre mangues e corpos d\'água a serpentear, Ocupou a ilhota,na correnteza vaga, Para o branco mineral extrair e semear.

E sobre todos, a fé inabalável, Nos séculos brutos,de desafio e sorte, Cristo e a Cruz,farol imutável, Iluminando a vida,a dor e a morte.

Nos braços do rio, nos braços do mar, A história de Macau começou a se erguer, De sal e suor,pra não se acabar, E na fé de um povo,pra sempre viver.