O tempo não corre,
ele se dissolve em pequenos gestos.
Nas manhãs que se repetem iguais,
nos sorrisos que hoje brilham
e amanhã são apenas lembrança.
Ele não anuncia sua chegada,
apenas aparece no reflexo dos espelhos,
nas rugas que brotam devagar,
nas memórias que já não sabemos se são nossas.
O tempo é ladrão silencioso
rouba rostos, vozes,
amores que acreditávamos eternos.
E ainda assim, paradoxal,
é também o único capaz de curar
as feridas que ele mesmo deixou.