Anna Gonçalves

Sina de asfalto

A estrada é minha sina,

seja em moto, carro, ônibus, a pé ou até mesmo fazendo uma corrida

aquele risco longo no chão 

E ver que a vida é um eterno caminhar,

meu destino que se inclina

sob o vento e a canção.

 

Ela me dá o ar da liberdade,

o vento a cortar a serra,

a vastidão da cidade,

o cheiro verde de grama e da terra.

 

Ela me dá o ar do pensar,

o que está em minha frente me chama,

o barulhinho do vento a falar,

Diversos jeitos de asfalto que incendeiam a alma.

 

Ela me dá o ar, apenas o ar 

puro, sem dono 

e eu sigo a voar, a sonhar

com o mundo por testemunha e abandono.

 

E que sina tão divina

ser poeira, pedra, rachaduras, ser partida,

e na estrada, minha sina 

encontrar-me tão sentida.

E ver que a estrada me proporciona o ar de sempre  renovar