A estrada é minha sina,
aquele risco longo no chão
E ver que a vida é um eterno caminhar,
meu destino que se inclina
sob o vento e a canção.
Ela me dá o ar da liberdade,
o vento a cortar a serra,
a vastidão da cidade,
o cheiro verde da terra.
Ela me dá o ar do pensar,
o que está em minha frente me chama,
o barulhinho do vento a falar,
versos que incendeiam a alma.
Ela me dá o ar, apenas o ar
puro, selvagem, sem dono
e eu sigo a voar, a sonhar
com o mundo por testemunha e abono.
E que sina tão divina
ser poeira, ser partida,
e na estrada, minha sina
encontrar-me tão vivida.
E ver que estrada me dar o ar de sempre renovar