Não sei até quando a vida vai se estender,
nem quanto dela caberá em mim.
Ou melhor… o que realmente irei viver.
Sigo, porém, desprendida
da ilusão de sempre ter, sempre ser,
do eterno ter que se impõe.
Ainda não compreendo a vida,
mas já não me desgasto mais com essa dúvida.
Viver, penso, é encontrar
um sentido,
um amor por si mesmo,
ir atrás do que se ama,
do que se é,
do que ainda se deseja ser.
Tudo o que mais quero
é que, quando a morte vier me procurar,
ela me encontre viva.
Viva de verdade,
intacta na presença do instante,
para que, só então, eu possa morrer.