Marcelina Caleia

Dúvidas da minha dúvida

Escrevo estas linhas com o peito apertado,

Nem eu sei ao certo o que tenho pensado.
Será que é amor, será que é saudade?
Ou só o vazio da minha ansiedade?

Se queria ser amada, eu ainda espero,
Mas até quando aguento esse desespero?
O coração partido, não posso negar,
A culpa é minha, deixei tudo desmoronar.

Eu quero que voltes, que tudo se ajeite,
Que o nosso amor renasça e se deleite.
Não é que eu não consiga viver sem ti,
É que ninguém mais cabe aqui dentro de mim.

Não tenhas dúvidas sobre o que somos nós,
Porque eu já carrego tantas, e todas feroz.
Tenho dúvidas se ainda me amas de verdade,
Se teus olhos não buscam outra felicidade.

São só dúvidas da minha dúvida, em confusão,
Mas eu te amo, sem freio, sem condição.
Tu nem tens noção do quanto eu te quero,
Mesmo quando fujo, mesmo quando espero.

Mas se eu realmente amo, por que te feri?
Mais uma dúvida que vive dentro de mim.
Ou talvez seja ilusão, um momento fugaz,
Mas sei que te quero de volta, e isso é paz.

Disso eu não tenho dúvidas, nem hesitação,
Nem deixo que a dúvida toque meu coração.
Porque amar é isso: um salto no escuro,
E mesmo com medo, eu te juro — eu procuro.