Minha alma anseia por algo,
Minha carne anseia por ti,
Minha mente anseia por tudo,
Minha vida? Vazio sem fim.
Um vazio constante,
Que vira e mexe com meu subconsciente,
Vivo vários momentos felizes,
Mas isso não me deixa contente.
Pois o vazio é inexplicável,
Assim como a vida após a morte,
Só acredita quem viu e viveu,
Mas tudo é questão de sorte.
Sorte aonde?
Na vida ? Na morte ? No \"destino dos sinos\"?
Não escolhemos quando nascer,
Mas escolhemos o que fazer enquanto estamos vivos.
Mas ainda assim é difícil,
Difícil até demais,
Posso escolher o que fazer,
Mas sair do vazio... não sou capaz.
Pois estou no fundo,
Mergulhado em minhas memórias mais sombrias,
Que um dia já foram boas,
Mas agora são apenas lembranças frias.
Frias porque tudo passou a ser raso e sem relevância,
Antes eu amava viver,
Mas cresci, vi e aprendi,
Logo mais, deixei de ser criança.
Pois a mentalidade mudou,
Enxerguei as faces verdadeiras,
Fiquei triste e destruido,
Então decidi virar uma... \"geladeira\".
Porque uma geladeira?
Por que eu já estava frio e vazio por dentro,
Sem emoções, sem sentimentos,
Somente tristeza e desprezo,
Por aqueles que um dia tive apreço.
E até hoje vivo assim,
Com esse vazio que não cesa,
Não muda,
Não some,
Não acaba,
Eu sempre busco uma saída,
Mas nunca acho uma entrada.
Carrego um vazio que ecoa nas paredes da minha existência, busco uma saída, mas nunca acho uma entrada, e talvez seja isso o mais cruel: querer fugir de um lugar que, dentro de mim, sempre esteve vazio.