Lírio do mal que as almas entristece,
Do lodo surges com teu rir marmóreo,
Antigo és como o luar que tece
As madrugadas no horto merencório.
E foram tantas sem véu que ensombrece,
Que nem me lembras um sonho ilusório,
Essa calada noite que emudece
Meu peito quedo num caminho flóreo.
Todo o meu ser envolto pela treva,
Canta o silêncio a nênia da agonia,
Ai folha tombada que o vento leva...
E essa crença que por dentro nós temos,
É alvorada que os ermos irradia
Contra a maldade dos olhos blasfemos.
Thiago Rodrigues