A imundícia que me sujou,
Impregnada em mim ficou.
Derrubou minhas barreiras
E da inocência se deleitou.
Marcada fiquei;
Com tais cicatrizes vagarei.
A cada dia repito a lembrança
De que a força vem da perseverança.
Mas como se diz isso a uma criança?
Dançar essa dança não é fácil;
Todo amanhecer sinto o peso desse fardo.
Aquela lua brilhante,
Com seu brilho encantador,
Me salvou do tirano
E de seu ato desumano.
Persistente é a dor:
Uma marca no coração ele pregou.
E não: o tempo não curou.
O luar foi o único a presenciar
Tal perversidade,
Cometida contra quem mal tinha idade.