A noite abre suas cortinas
e me recebe como um velho amigo.
Ela não questiona meus medos,
não exige explicações para minhas feridas.
Enquanto o mundo dorme,
eu caminho entre pensamentos que não ouso contar a ninguém.
A lua me observa de longe,
fazendo de cada sombra um testemunho.
É na noite que as lágrimas
escorrem sem plateia,
é na noite que a saudade
senta-se à beira da cama
e me conta histórias de quem já partiu.
E eu falo, baixo,
como quem conversa com fantasmas.
E só a noite me responde,
cúmplice silenciosa
dos segredos que guardo em segredo.