Lucas Santos

A INOCÊNCIA DA MORTE

Entre vidas distantes,
assisto à guerra entre irmãos.
O futuro arrastado
por eternos canhões.

O agora já se foi.
A morte, um alívio.

Um lobo em pele de cordeiro
se mostra, meu amigo,
diante da multidão.

Crianças choram,
gritam por amor,
imploram perdão.

O ensino traz lágrimas.
A morte, um sorriso.
Convergências insanas…
Para mim, um alívio.

Um inimigo? Jamais.
Apenas um terrível amigo,
formado em descrença,
rotulado bandido.

A impaciência alimenta
minha mente infantil.
Vejo a decadência
de um passado sombrio.

No fim do túnel,
a inocência da morte.

Quer entender o mundo,
ou essa utopia?
Reaja ao encanto
dessa incrível terapia.

Do mundo fiz moradia.
Por onde passei,
realizei harmonias.

Estou fadado a isso,
pois só existo por isso.

Dentro de mim,
uma rebelião,
uma guerra.

Não quero entender.
Só quero ajuda.

Um desabafo? Não.
Apenas um ponto de vista
de um mundo caótico
e perfeccionista.