Carrego nos ombros promessas quebradas,
fragmentos de um eu que já não existe.
Sou sombra em um mundo de portas fechadas,
um ninguém que grita, mas ninguém insiste.
Meus sonhos são gaiolas sem chave,
presas na ferrugem do tempo cruel.
Tento voar, mas o peso me trave,
e o céu me nega seu tom de papel.
Quis ser herói, mas falhei no papel,
meu peito cansou de buscar redenção.
Agora abraço o amargo do fel,
e sigo guiado pela escuridão.
Se o mundo me quis vilão sem escolha,
queimar seus altares será minha vitória.