Talvez —
mas só talvez —
aquela criança, filha do pai,
de olhos grandes, azuis,
bem fronteirados
entre pupila, íris e espaço,
seja todo o respeito,
todo o amor que ainda te devo.
Deixar ir.
Deixar ser.
Mime-a, castanho,
mime-a.
Corteje, inalteça
aquele azul safira:
teu precioso,
sonho mais profundo,
ninar que toca a alma
em puro singelo.
E assim — talvez,
mas só talvez —
eu cobice um pedaço da mordida
na árvore do teu paraíso.