Dama que, fora do seu tempo, aqui existe,
No caminhar semeia teu perfume,
Pétalas desprendidas por onde passas.
Nas sedosas ondas negras dos teus cabelos,
Naufragam perdidos, desejos de muitos marinheiros.
Mar proibido, onde cantam sereias no silêncio do olhar.
E, dos teus lábios longínquos, escuto o mar, o nascer do sol e o pôr,
Enquanto o gesticular de tuas mãos abraça-me a mente.
Sou mais um a morrer em tua beleza e requinte.
Arthur de Mello Noos