DINHO EREMITA

Poesia alada

As poesias têm asas.
Depois de concebidas e criadas, voam.
Não se sabe para onde vão;

 

em cada território onde pousam,
tomam novas formas.

 

O poeta as vê
com as mesmas aparências,
com o mesmo sentido,

 

mas as poesias são mutantes.

Em cada terra fértil onde se instalam,
tudo muda:
sua métrica,
seu compasso,
sua cor.

 

As poesias têm infinitas formas,
mas o poeta,
com apenas uma,
as criou.