Felippe Santos

Amanhã

 

Amanhã

Amanhã pra mim são quinze,

Mas como saber do amanhã?

Ninguém alcança lá na frente.

Só tocamos o passado que já nos tocou.

 

Amanhã não sei se aqui vou estar

Para sonhar e sorrir.

Existir, talvez só amanhã.

Mas, e se o amanhã não vier?

 

Roupa suja, deixo pra depois,

Casa empoeirada, deixo pra depois,

Discussões, também.

Tudo para o amanhã, como se ele fosse eterno

Mas, se ele não vier?

 

Parando para pensar...

Como o amanhã será?

Será que vale apena sempre mandar tudo para longe?

Ou resolver daqui, enquanto ainda estamos aqui?

 

Hoje, Hoje , Hoje...

Cadê o hoje? Escorre pelos meus dedos,

Enquanto meus olhos ficam presos no calendário.

Por que guardamos a vida, em uma gaveta chamada amanhã?

 

Se não tiver, quem seremos nós?

O que faremos?

Para onde iremos?

Como será o amanhã?

 

Amanhã são dezesseis,

Mas só no calendário de quem acordar outra vez.

Quem não vai estar, o amanhã não existirá.

 

No fim,

quem fica e quem não ficou,

descobre tarde de mais,

que o amanhã é só uma promessa,

que ninguém pode cumprir...